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Maria Lucia Victor Barbosa
13/02/2011
A propaganda é um ardiloso método que possibilita ir ao encontro da necessidade dos homens de serem enganados ou de se alienarem a um ídolo para o qual transferem suas supostas melhores qualidades. A criatura humana ama a mentira porque precisa de sonhos e os propagandistas sabem muito bem disso.
No caso específico dos políticos, se sua constante autoglorificação é tão velha quando o mundo e parece ultrapassar a dos demais indivíduos, não dispensam, contudo, a ajuda dos marqueteiros. Entretanto, prefiro como coloquei incialmente, usar com relação à política, a ajuda dos propagandista, na medida em que a propaganda objetiva difundir doutrinas e programas.
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Á partir da ajuda da propaganda o político constrói uma imagem na qual seleciona seus melhores traços, geralmente imaginários e plenos de narcisismo e, desse modo, se oferece para o culto de sua personalidade.
Foi desse modo que o raivoso Lula dos palanques, que manda exterminar partidos, adora ditadores quando lhe convém, mostra seu desgosto pela imprensa livre foi transformado para ganhar eleição no “Lulinha paz e amor”, de terno Armani, barba aparada, discurso adequado para não amedrontar capitalistas com a toada revolucionária da luta de classes. No poder Lula lembrou Mussolini que desejava “fazer da própria vida sua obra-prima”.
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Como explicou Celso Ming referindo-se ao recente pacote governamental do corte de R$ 50 bilhões, do qual muitos duvidam da eficácia: “Se agora fica admitida a necessidade de cortes, então fica também reconhecida a existência da inflação de demanda, provocada pela forte geração de renda que se seguiu à disparada do gasto público com fins eleitorais, que, por sua vez, gerou forte descompasso entre procura e oferta de bens e serviços” (O Estado de S. Paulo – 11/02/2011).
Problemas seríssimos como o dos aeroportos, da Saúde, da Educação, da Copa do Mundo com orçamento já estourado e obras atrasadas, das Olimpíadas e muitos outros mais, todos herdados do governo Lula vão deixar a “rainha” cada vez mais enfurnada em seu castelo restando-lhe o gênero clássico de apresentação na TV, a alocução, quando o governante monologa e se dirige diretamente aos telespectadores. O resultado geralmente é tedioso e medíocre como aconteceu com recente aparição de Rousseff.
Não há dúvida de que o atual governo tem a marca do continuísmo, apesar de já ter começado a inevitável comparação entre Lula e Rousseff. Note-se que os ministros mais importantes são os mesmos, reconduzidos por Lula que já voltou aos palanques e confirmou sua continuidade na festa de aniversário do PT ao dizer: “Eu apenas não estou no governo”. “Mas sou governo como qualquer companheiro que está no governo”. “Minha relação política com Dilma é indissociável nos bons e nos maus momentos”.
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Maria Lucia Victor Barbosa é socióloga.
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