Na foto, bem ao longe, a pequena cidade de Araucária. Faz parte da região metropolitana da cidade e observando bem, podemos ver a refinaria da Petrobrás soltando fogo e fumaça, empesteando o ar que respiramos. Progresso?
O progresso a todo e qualquer custo, contanto que estejamos bem e confortáveis, a quem importa a qual custo? Bom, mas vamos seguir adiante.
Não vou falar sobre a história do bairro, afinal, para estes detalhes existe a Wikipédia. Quem quiser pode dar uma consultada e se inteirar um pouco mais.
Acho interessante isso, numa época onde a crise ronda a humanidade, mais e mais templos de consumo são erguidos.
Claro que a economia não pode estagnar, sei disso,mas a pergunta é: até quando eles irão sobreviver?
Eu poderia dar está resposta, mas creio que muitos não iriam gostar da mesma.
Rua quase que por inteira comercial, bancos, supermercados, lojas das mais variadas e oferecendo todo o tipo de serviços. Sabem como é, o progresso e a satisfação pessoal
não tem limites. Interessante que algumas surgem e desaparecem como num piscar de olhos. Aquela velha máxima, a insatisfação pessoal cria o problema, o que hoje parece interessante, amanhã já é obsoleto.
Quase em frente a este supermercado temos o shopping Água Verde. A rua ainda é a velha Republica Argentina.
Pessoalmente considero estes bairros como sem graça e com nada de especial.
Nenhum atrativo fora abrigar um dos estádios de futebol que será sede na próxima Copa do Mundo, mas falarei sobre isso daqui a pouco.
Aos domingos é tranquila e pouco movimentada e para quem gosta de caminhar, eis um bom passeio.
Arena da Baixada, sede do Atlético Paranaense, o furacão. Outro dos três principais times de futebol do nosso estado.
Ele será uma das sedes da próxima copa.
Pessoalmente não acredito nisso. Está construido pela metade, falta espaço para estacionar, é sem graça, creio que será o menos atrativo estádio de todos.
Duvido muito que seja concluído até lá. Provavelmente a Fifa ainda irá mudar de idéia e perceber que não existe grana para a sua conclusão.
Sabem como é, grana até têm, mas está guardada no bolso dos "cartolas".
E caso o governo resolva dar uma "ajudadinha", muito mais grana será desviada para outros bolsos, realidade brasileira.
Sinceramente espero que não saia. A reforma e término da construção do estádio irá causar muito estrago na região. Duvido que todas as pessoas que morram ao redor sejam devidamente indenizadas pela perda de seus patrimonios. Isso ainda vai dar pano para a manga.
Uma quadra adiante e estamos em frente a catedral e a Praça Tiradentes.
Interessante para quem procura móveis antigos e baratos, novos ou usados.
Gosto de parambular por estas ruas nos domingos e feriados. Tudo parece mais tranquilo e calmo. A atmosfera é carregada com uma certa nostalgia, existe silêncio e paz. O oposto do que acontece durante a semana, no interminável vai e vem de carros e pessoas.
Incluo esta imagem apenas por curiosidade. Um novo angulo talvez, imagens nem sempre encontradas e podem esconder detalhes para algumas pessoas.
Detalhes e lembranças, quem sabe?
Este pequeno prédio do qual tirei a foto fica situado na Rua Ubaldino do Amaral.
A direção da imagem é sentido sul, a rodoferroviária se encontra a poucas quadras daqui, em uma imaginária linha reta.
O interessante de Curitiba, é que existem atualmente menos prédios no centro, do que em alguns bairros ao seu redor.
Curitiba está em constante construção, se expandindo para todos os lados.
O que hoje é um terreno baldio, amanhã é um novo condominio residêncial.
Algumas vezes tenho a impressão de estar num grande canteiro de obras, um interminável canteiro de obras.
Construído e localizado ao lado do antigo hospital do Cajurú. Há alguns meses isto era apenas um terreno baldio ao lado do velho hospital, hoje...
Já estamos no Cajurú. Na realidade região do Cajurú. Muitos bairros e vilas fazem parte desta região. Cristo Rei, V. Oficinas, Capão da Imbuia, Camargo, Centenário e ainda alguns outros.
Outra região que está diariamente crescendo e em constante mudança de paisagem.
Exemplo de como o ser humano atualmente nunca pode encontrar a sua completa satisfação. Progresso...
Muitas pessoas compraram seu apartamente com uma bela vista do Jardim Botânico e quando menos esperavam, esta vista foi interrompida por um novo prédio ao lado.
Não duvido nada se daqui a alguns anos, o próprio pequeno Jardim Botânico acabe se
transformando numa selva de pedras. Alguém quer apostar?
Podemos ver bem do que estou falando.
O lugar se expande rapidamente em todas as direções. Em breve a paisagem será bem diferente.
Cada terreno à venda neste lugar, ou dá lugar a outro prédio, ou a um condomínio de sobrados.
Acompanhar este crescimento realmente assusta algumas vezes. De onde vêm todas estas pessoas?
Em primeiro plano o velho colégio Republica do Uruguai. Os trilhos cortam o lugar, caminho do trem para Paranaguá, Morretes e outras localidades.
Nostalgia, trilhos sempre me trazem lembranças dos meus tempos de menino.
Me equilibrar andando sobre eles, despreocupado, distante no tempo e em outros pensamentos e sonhos.
Mais lembranças, outros tempos, mais seguros, mais despreocupados.
Sentar nos trilhos e ler um pouco. Deixar a imaginação das páginas dos livros nos transportar como se estivéssemos viajando num trem sobre estes trilhos.
Década de setenta, aqui, pouco mudou, os velhos azulejos ainda são os mesmos, alguns caindo, mas continuam os mesmos.
Lembro professores, amigos, tento lembrar seus nomes, alguns voltam a memória, outros se perderam no tempo.
Até quando ficará assim? Ainda parecendo tranquilo e silencioso, não sei responder.
Pudesse o tempo parar...
Lugar silencioso, onde podemos caminhar em meio a pequena mata do lugar sobre uma passarela. Alguns esquilos e preás ainda podem ser vistos no lugar, vivos e saltando entre as árvores. Até quando? Novamente não sei responder.
Algumas espécies raras também podem ser vistas e admiradas no local. Mas infelizmente empalhadas, mantendo apenas um pouco da beleza que um dia possuiam ao voar livres pela mata que nos cerca.
Talvez para uma meia dúzia de pessoas espalhadas e envelhecendo por esta velha terra.
Caminho escutando os pássaros que ainda cantam no lugar, grilos, e os sons aumentam.
Mais me parecem um grito de alerta entre eles. Um grito que tráz o presságio do que está rapidamente se aproximando.
Seu canto irá silenciar por completo, a mata deixará de existir e nada mais irá restar do que sonhos e lembranças para alguns.
Será tarde demais, sinto pelas crianças que nunca terão estes sentimentos, sinto por aqueles que não percebem o que está acontecendo.
Talvez, estas pessoas também já tenham sido empalhadas, mas não mais percebem isso.
Em silêncio faço uma pequena oração.
Peço ao bom Deus que de alguma forma os faça parar.
Ao olhar para estes pequenos seres agora empalhados, uma lágrima me rola pela face.
Disfarço, mas não há ninguém a minha volta.
Posso chorar, e continuo a minha silenciosa oração. Neste silêncio que me cerca, estou certo que o bom Deus há de escutar.
Quem sabe um dia, quando milhares de lágrimas e orações se juntarem, quem sabe o sol irá novamente brilhar.
(Siegmar)
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