Não sei ao certo a sua idade, mas conheço este velho simpático faz muito tempo.
Há mais de doze anos eu me lembro dele caminhando pelas ruas. Pelé circulava, dava voltas e voltas, sempre procurando uma namorada ou algo para comer.
Naquele tempo era magro e cheio de cicatrizes de brigas. Tinha um pouco de sarna também, mas parecia não se importar.
Não sei se tinha um dono. Dizem que sim, que morava num barraco de uma favela aqui perto de casa.
Sem sombra de dúvida Pelé deve ter uns quinze anos, se não mais.
Adotei Pelé em 2008. O encontrei junto com Karol. Se tornaram inseparáveis. Pelé tem histórias, mas hoje, quer apenas dormir, comer e passear um pouco.
Como um verdadeiro aposentado, Pelé agora finalmente pode descansar. Se dá ao luxo até de uma cama, mas algumas vezes já apresenta dificuldades para escalar a mesma.
Ele merece. É um grande e gordo amigo. Um simpático vira latas e velho rabugento. Digo velho rabugento, pois Pelé não tem mais paciência com filhotes, vive reclamando quando os mais novos pulam por cima dele e não o respeitam, mas no mais, é o mais dócil e carinhoso de todos.
Mas deixemos o velhinho descansar. Ficará aí o dia inteiro se duvidar.
Siegmar
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