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A INSEGURANÇA QUE NÓS CRIAMOS
Queremos segurança, exigimos a mesma de nossas autoridades.
Elas por sua vez, constroem cada vez mais penitenciárias e celas
modulares, para acomodar àqueles que nos roubam a paz.
O caminho mais correto seria pagar salários dignos aos policiais,
dar a eles uma garantia de ter uma vida igualmente digna e a
certeza de que, se, alguém deles morrer em serviço, suas famílias
não ficarão desamparadas.
Mas nos esquecemos que a culpa maior por toda essa insegurança
é somente nossa.
Recentemente um dos meus sobrinhos foi convidado a passar
a virada de ano no Rio de Janeiro, na casa de amigos nossos,
família de classe média alta, muito educada, os filhos, todos
bem formados e com empregos de dar inveja a muitos. Durante
a queima dos fogos, meu sobrinho foi convidado a fumar unzinho
por todos os presentes na festa. O irônico dessa situação é
que essa família vive reclamando da falta de segurança e da violência
diária das ruas do Rio.Se esquecem que são eles próprios que
financiam essa violência.
Pais criticam professores ao invés de criticar seus filhos, lembro
aqui o pensamento de um amigo que era muito chegado em fumar
uma ervinha há anos atrás,ele me dizia que quando seu filho se
tornasse adolescente, ele fumaria com ele o primeiro baseado.
Diariamente vejo jovens
sentados em frente às escolas fumando unzinho, quando deveriam
estar dentro da sala de aula. E os pais se importam?
Orkut, todos têm, crianças inclusive, meninas de 12, 13 anos,
a maioria com aprovação dos pais. Tenho uma sobrinha neta
com essa idade, ela tem Orkut, papai deu permissão e até ajudou
a criar o mesmo, autorizando a mudar ligeiramente sua idade para tal
É moderno isso, dizem os ‘’psicologos’’ que as crianças precisam de
seu espaço e liberdade, caso contrário deixará seqüelas em seu caráter.
Nas páginas do famoso Orkut e do famoso Messenger, fotos
sensuais de uma criança, que com o excesso de pintura, mais parecem
uma garota de programa vulgar, mamãe e papai permitiram, acharam lindo,
é a juventude florindo.
Não sou contra a internet, nem sou o tipo que acha que tudo deveria ser
proibido, mas falo de limites, limites que se perderam.
Se não conseguimos mais impor limites a nossas crianças,
como podemos exigir que exista educação e respeito fora das
nossas paredes?
Siegmar Metzner - Curitiba
TEXTO PUBLICADO NO JORNAL O ESTADO DO PARANÁ
DIA 07/11/09
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