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Estamos perdidos, sem rumo, e não mais percebemos a nossa semelhança. Em nossa veias corre o mesmo sangue vermelho, em nosso peito bate um coração. Nosso destino final é mesmo, e por não aceitar a nossa semelhança, criamos as diferenças.
Criamos os preconceitos e as injustiças e cruel indiferença.
Esquecemos que todos temos mais em comum do que apenas ser a própria imagem e semelhança do nosso Criador.
Temos os mesmos sonhos e esperanças, em nossos rostos as mesmas expressões, sorrisos e tristeza, alegria e dor, amor e ódio, esta última, nossa própria criação.
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Assim, mais uma vez criamos algo só nosso, criamos a intolerância e a incompreensão.
Apenas a nossa religião é a verdadeira, mesmo sendo o mesmo Deus em nossos corações. O Deus que nos foi apresentado e ensinado a amar desde a nossa infância.
Esquecemos que não importa a qual religião pertencemos, mas sim a fé que esta deposita em nossos corações e é esta fé, que nos permite sonhar, amar e no faz seguir em frente com esperanças.
Mas por nossos irmãos não compartilharem a mesma religião, adotamos a intolerância. Por nossos irmãos não terem a mesma cor, esquecemos que tem um coração igual ao nosso.
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Mas as usamos e matamos, destruímos cada vez mais seu habitat, as prendemos em jaulas para serem admiradas, as usamos como cobaias nas mais cruéis experiências, esquecemos que são seres vivos, que como nós, sentem dor e alegria, sentem a solidão, o abandono, o medo e a mesma fome e sede, e de sua maneira também sabem amar.
Criamos a indiferença, deixamos nos cegar pela superioridade que também nós criamos.
Deveríamos estar unidos seguindo a nossa jornada rumo ao desconhecido, rumo a eternidade da qual fazemos parte no aqui e no agora. Rumo ao novo porto que nos aguarda.
É tão simples estender a mão ao próximo, perceber que não existe em absoluto, diferença alguma, a não ser aquelas que nós mesmo criamos e deixamos tomar conta da nossa razão, nos afastando da verdade. Iguais, somos tão parecidos e não mais percebemos isso.
O choro das crianças é o mesmo e o leite que as amamenta é o mesmo. O ar que respiramos é o mesmo e igual é a água e os alimentos que nos mantém vivos. O sol brilha por igual para cada um de nós, indiferente da cor ou da nossa crença. A chuva molha nossos rostos sem se importar com a nossa aparência.
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Sei que neste infinito cosmos um porto nos aguarda.
Neste novo destino, os que lá chegarem, perceberão que nunca existiram diferenças, nem de raças, nem de credos, mas sim apenas as diferenças que nós criamos durante a jornada devido a nossa eterna insatisfação e arrogância em sempre querer ser o melhor, o mais perfeito e o único a ser dono da verdade que nem sequer eles próprios conheceram e sabem qual é. Talvez, os únicos que chegarem ao porto do destino final, sejam os que já agora, sabem e acreditam que nunca existiu diferença alguma.
Somos todos criaturas do mesmo e único Criador. Somos negros, somos amarelos, somos vermelho e somos brancos. Somos todos um único e errante...
(Siegmar)
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