''DO NOT ABANDON YOUR BEST FRIEND''

O CÃO É O ÚNICO QUE NÃO SE IMPORTA SE VOCÊ É RICO OU POBRE, BONITO OU FEIO. O CÃO É O ÚNICO QUE REALMENTE SENTE A TUA AUSÊNCIA E SE ALEGRA DE VERDADE COM O TEU RETORNO, PORTANTO, JAMAIS ABANDONE SEU MELHOR AMIGO.



UM RAIO DE LUZ

''UMA ANTIGA LENDA DIZ QUE QUANDO UM SER HUMANO ACOLHE E PROTEGE UM CÃO ATÉ O DIA DE SUA MORTE, UM RAIO DE LUZ, QUE NÃO PODEMOS ENXERGAR DESTE PLANO DA EXISTÊNCIA, ILUMINA O CAMINHO DESTE SER PARA SEMPRE!''





terça-feira, 11 de outubro de 2011

PIERRE D'EAU / O HOMEM, O CRÍTICO DE ARTE, O VIAJANTE, MOM AMI

Não é fácil escrever sobre Pierre D'Eau. Um homem presente que sempre parece estar distante, meditando, pensando, analizando.
Conheci Pierre D'Eau numa exposição do artista Paulo Roberto Pugialli. Ele estava parado diante de uma instalação de Pugialli, apenas observando.
Não sabia naquele momento que ele era um crítico de arte, pensei que era apenas alguém visitando a exposição.
Resolvi conversar com ele, e em minha quase total falta de conhecimento sobre arte, falei o óbvio: Interessante esta obra, eu disse.
Ele me olhou por um momento e deu um leve sorriso. Balançou a cabeça em sinal negativo e me perguntou como ela me fazia sentir, o que ela me transmitia.
Recebi então uma grande lição sobre a arte. Pierre é um profundo conhecedor da arte de Pugialli, mas a lição foi mais abrangente, foi sobre entender o que algumas vezes não pode ser compreendido, ou nem é para ser compreendido, ao menos de imediato, como uma parábola.
A arte verdadeira esta escondida no que o artista tenta transmitir, o que ela nos faz sentir, mesmo quando é o oposto do que o criador quer expressar.
Num carregado sotaque frances, que por alguns momentos me fizeram lembrar do querido personagem de Agatha Christie, Hercule Poitot, Pierre me fez viajar por alguns segundos e realmente sentir o que eu estava relutando em sentir diante da instalação.
Ela me fazia sentir confuso, até me transmitia um pouco de raiva, e eu estava certo,
vivemos tempos confusos e de raiva, e isso , em parte esta explícito na arte de Pugialli.

Não tenho mais receios em expressar o que sinto diante de uma obra de arte à qual eu não entendo. Apenas me permito sentir, reflito e mesmo podendo estar errado em meu julgamento, acredito no que ela me faz sentir, não apenas no que o artista quer transmitir.
Aprendi muitas outras coisas com Pierre D'Eau, o breve tempo em que conversamos pareceu-me interminável. Quisera ter sido assim. Espero reencontrar este mestre, saber mais, quem sabe em outras exposições?
Enigmático, quase uma metáfora, ele se foi. Simplesmente me olhou e disse ter sido um prazer conversar um pouco e se foi, disse que ainda neste dia precisaria seguir viagem.
Acabei nem perguntando se ele era francês, me lembrando novamente de Hercule Poirot, pensei comigo que se tivesse perguntado, talvez ele me tivesse respondido como fazia Poirot: Non, sou Belga mom ami, Belga.
Fiquei o observando se afastar lentamente em direção a saída. Me censurando por não ter trazido minha camera fotográfica, pois de alguma forma, em sua maneira de caminhar e seguir adiante, em passos lentos, firmes e decididos, por um breve momento, Pierre D'Eau me pareceu a personificação da própria arte de Pugialli.
Recentemente comentei este fato com Pugialli, ele riu e disse que eu estava realmente deixando a minha imaginação voar alto, mas que Pierre era assim mesmo.
Mesmo parecendo presente, parece apenas pairar como uma sombra em busca de mais luz, uma eterna e verdadeira luz.
(Siegmar)

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