Poema ilustrado com Aguas Fortes
de Max Klinger - 1857-1920
Meus fantasmas
Quando enfim é noite alta
Os fantasmas da ribalta
Já ocupam seu lugar
Cada qual tem identidade
Todos têm finalidade
Têm sua vez de atuar
Esperança é o primeiro
Vem chegando lisonjeiro
Vem meu sonho acalentar
Desengano o acompanha
Vem chegando, mas sem manha
Vem só desacalentar
Vem Amor como um menino
Traz-me um sonho pequenino
Vem querendo me ajudar
Desamor lhe chega ao lado
Com seu rosto enfarruscado
Vem o sonho apagar
Logo atrás a Ingratidão
De chicote e pau na mão
Vem meu corpo vergastar
Em a Saudade chorando
O Passado lamentando
Vem fazer-me recordar
Amizades passageiras
Essas passam tão ligeiras
Quase não posso avistar
Todos vêm e vão passando
Seu papel representando
Pela noite a desfilar
A Tristeza permanece
Meu corpo então adormece
Em seu colo a me ninar
Solidão que é meu abrigo
Não virá já está comigo
Nunca mais vai me deixar.
Ester Jaqueline Azoubel
De meu livro:
Além do Portão Azul
Minha amiga e grande poeta
Ester Azoubel
Maravilhoso também. Muito lindo.
ResponderExcluirTere