Cadelinha de pequeno porte, sem raça definida, estava desnutrida, desidratada, com hipotermia, lesões por todo o corpo, somente com pelos na cabecinha, tumores de mama e úlcera e conjuntivite nos dois olhos.
Recebeu um nome, a chamaram de Clarinha.
Clarinha foi medicada e recebeu todos os cuidados que poderiam salvar sua tão breve vida, mas Clarinha morreu.
O responsável pela Clarinha será intimado a comparecer a
Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente (DPMA) e responderá por crime ambiental
(com pena aumentada pela morte do animal).
Como se houvesse justiça, como se alguém realmente fosse preso ou pagasse por este crime. Não neste mundo. Sabemos que nada, absolutamente nada irá acontecer ao responsável. Mesmo se for imposta uma multa, ela não será paga, como em breve como tudo mais, irá cair no esquecimento e mais Clarinhas serão abandonadas para morrer, amarradas no mato ou jogadas perto de rodovias.
Este é o mundo em que vivemos.
Mas hoje, pouca antes de receber esta notícia, uma kombi da Prefeitura parou em frente a minha casa. Se identificaram como sendo da vigilância Sanitária. Me trouxeram alguns prospectos de como devo cuidar dos meus cães.
Me disseram que houve denúnica pelo 156, de mau cheiro no local e que eu deveria fazer isto e aquilo,...
Engraçado, eu, por proteger e cuidar, sou denunicado e até posso ser multado por cuidar de animais, os manter saudáveis, seguros e alimentados, os castrar e lhes providenciar uma vida digna.
Mau cheiro? Lógico que sim, qualquer ambiente, mesmo quando higienizado com desinfetantes com frequência, causa um cheiro desagradável de urina de cães, principalmente quando esquenta um pouco ou passa uns dias sem chover.
19 cães fazem sujeira, mas eles vivem num ambiente limpo, muito limpo e não são amarrados em matagais para morrer, ao contrário, vieram das ruas, onde foram um dia abandonados para morrer.
Clarinha morreu! Quantas Clarinhas ainda precisam morrer?
Não sei como continuar esta postagem, aliás, creio que está é minha última postagem, estou cansado de ver Clarinhas morrendo, cansado de não ver mais justiça, cansado de nada poder fazer e com raiva por me sentir impotente diante de tanta indiferença e crueldade.
Clarinha morreu e com ela, não apenas eu, mas todos os poucos que ainda amam os animais, estamos morrendo junto, um pouco mais a cada dia.
(Siegmar)
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