''DO NOT ABANDON YOUR BEST FRIEND''

O CÃO É O ÚNICO QUE NÃO SE IMPORTA SE VOCÊ É RICO OU POBRE, BONITO OU FEIO. O CÃO É O ÚNICO QUE REALMENTE SENTE A TUA AUSÊNCIA E SE ALEGRA DE VERDADE COM O TEU RETORNO, PORTANTO, JAMAIS ABANDONE SEU MELHOR AMIGO.



UM RAIO DE LUZ

''UMA ANTIGA LENDA DIZ QUE QUANDO UM SER HUMANO ACOLHE E PROTEGE UM CÃO ATÉ O DIA DE SUA MORTE, UM RAIO DE LUZ, QUE NÃO PODEMOS ENXERGAR DESTE PLANO DA EXISTÊNCIA, ILUMINA O CAMINHO DESTE SER PARA SEMPRE!''





quarta-feira, 16 de novembro de 2011

CAMINHANDO POR CURITIBA / PORTÃO, ÁGUA VERDE, CENTRO, BOTÂNICO E CAJURÚ

Um pequeno tour por Curitiba. Começo com esta imagem que tirei do apartamento do meu sobrinho. Novo Mundo, um pouco depois do Portão.
Na foto, bem ao longe, a pequena cidade de Araucária. Faz parte da região metropolitana da cidade e observando bem, podemos ver a refinaria da Petrobrás soltando fogo e fumaça, empesteando o ar que respiramos. Progresso?
O progresso a todo e qualquer custo, contanto que estejamos bem e confortáveis, a quem importa a qual custo? Bom, mas vamos seguir adiante.

A igreja do Portão, podemos dizer que está localizada no coração deste bairro. Bairro antigo, hoje quase mais comercial do que um bairro residencial.
Não vou falar sobre a história do bairro, afinal, para estes detalhes existe a Wikipédia. Quem quiser pode dar uma consultada e se inteirar um pouco mais.

Uma vista do Shopping Palladium, atualmente o maior shopping da cidade. Mas em breve irá perder o seu reinado, outros já estão sendo construidos para lhe tomar o trono. Mais uma vez, progresso?
Acho interessante isso, numa época onde a crise ronda a humanidade, mais e mais templos de consumo são erguidos.
Claro que a economia não pode estagnar, sei disso,mas a pergunta é: até quando eles irão sobreviver?
Eu poderia dar está resposta, mas creio que muitos não iriam gostar da mesma.

Avenida República Argentina, a rua principal que corta vários bairros, Portão, Água Verde, novo mundo e outros.
Rua quase que por inteira comercial, bancos, supermercados, lojas das mais variadas e oferecendo todo o tipo de serviços. Sabem como é, o progresso e a satisfação pessoal
não tem limites. Interessante que algumas surgem e desaparecem como num piscar de olhos. Aquela velha máxima, a insatisfação pessoal cria o problema, o que hoje parece interessante, amanhã já é obsoleto.

Mais um palácio de consumo. Mercado Angeloni, enorme por dentro e por fora. Já estamos no bairro Água Verde. Um bairro quase central, residencial e comercial.
Quase em frente a este supermercado temos o shopping Água Verde. A rua ainda é a velha Republica Argentina.

Aqui apenas mais um detalhe da rua, com vista em direção ao Portão.
Pessoalmente considero estes bairros como sem graça e com nada de especial.
Nenhum atrativo fora abrigar um dos estádios de futebol que será sede na próxima Copa do Mundo, mas falarei sobre isso daqui a pouco.

Esta é a Avenida Getúlio Vargas. Gosto desta rua pelo seu verde. Mais parece uma alameda. Nos leva em direção ao centro e ao Jardim Botânico.
Aos domingos é tranquila e pouco movimentada e para quem gosta de caminhar, eis um bom passeio.

Eis aí o grande estádio sobre o qual acabei de comentar.
Arena da Baixada, sede do Atlético Paranaense, o furacão. Outro dos três principais times de futebol do nosso estado.
Ele será uma das sedes da próxima copa.
Pessoalmente não acredito nisso. Está construido pela metade, falta espaço para estacionar, é sem graça, creio que será o menos atrativo estádio de todos.
Duvido muito que seja concluído até lá. Provavelmente a Fifa ainda irá mudar de idéia e perceber que não existe grana para a sua conclusão.
Sabem como é, grana até têm, mas está guardada no bolso dos "cartolas".
E caso o governo resolva dar uma "ajudadinha", muito mais grana será desviada para outros bolsos, realidade brasileira.

Esta pequena praça, Afonso Botelho, está localizada bem em frente ao estádio. Não duvido muito que em breve de espaço para estacionamentos, principalmente se este negócio da Copa realmente sair.
Sinceramente espero que não saia. A reforma e término da construção do estádio irá causar muito estrago na região. Duvido que todas as pessoas que morram ao redor sejam devidamente indenizadas pela perda de seus patrimonios. Isso ainda vai dar pano para a manga.

Agora um pouco do setor histórico da cidade. Aqui a Praça General Marques. Bem no centro, com alguns dos seus prédios antigos preservados e tombados. Nela também fica o Paço da Liberdade, que já mostrei em outra postagem.
Uma quadra adiante e estamos em frente a catedral e a Praça Tiradentes.

A velha e antiga Rua Riachuelo, começa aqui e termina no Passeio Público. Rua de histórias, já foi a rua de rodar a bolsinha. Atualmente seu comércio se restringe a lojas de roupas e lojas de móveis usados.
Interessante para quem procura móveis antigos e baratos, novos ou usados.

Cortando a Riachuelo temos a pequena Rua São Francisco. Aqui em direção ao Largo da Ordem. Rua igualmente mais comercial, com pequenos restaurantes e lojas variadas.
Gosto de parambular por estas ruas nos domingos e feriados. Tudo parece mais tranquilo e calmo. A atmosfera é carregada com uma certa nostalgia, existe silêncio e paz. O oposto do que acontece durante a semana, no interminável vai e vem de carros e pessoas.

Uma vista do centro da cidade tirada de um prédio no Alto da XV.
Incluo esta imagem apenas por curiosidade. Um novo angulo talvez, imagens nem sempre encontradas e podem esconder detalhes para algumas pessoas.
Detalhes e lembranças, quem sabe?
Este pequeno prédio do qual tirei a foto fica situado na Rua Ubaldino do Amaral.
A direção da imagem é sentido sul, a rodoferroviária se encontra a poucas quadras daqui, em uma imaginária linha reta.

Mais uma pequena vista do centro. Desta vez em direção oeste. Aqui realmente um pedaço do centro da cidade.
O interessante de Curitiba, é que existem atualmente menos prédios no centro, do que em alguns bairros ao seu redor.
Curitiba está em constante construção, se expandindo para todos os lados.
O que hoje é um terreno baldio, amanhã é um novo condominio residêncial.
Algumas vezes tenho a impressão de estar num grande canteiro de obras, um interminável canteiro de obras.

Eis uma prova viva. O novo hospital Marcelino Champagnat.
Construído e localizado ao lado do antigo hospital do Cajurú. Há alguns meses isto era apenas um terreno baldio ao lado do velho hospital, hoje...
Já estamos no Cajurú. Na realidade região do Cajurú. Muitos bairros e vilas fazem parte desta região. Cristo Rei, V. Oficinas, Capão da Imbuia, Camargo, Centenário e ainda alguns outros.
Outra região que está diariamente crescendo e em constante mudança de paisagem.

Eis aí o exemplo. Cinco enormes prédios entrando em fase de acabamento e em frente deles um novo terreno sendo preparado para receber mais alguns. Ruim para quem já comprou uma vista, pois quando finalmente se mudar para o novo endereço, já não mais encontrará a tão sonhada vista. Estará diante uma nova janela, olhando para a sala do vizinho que irá morar no novo prédio em frente.
Exemplo de como o ser humano atualmente nunca pode encontrar a sua completa satisfação. Progresso...

Na década de 70, quando me mudei para está região, tudo isto era apenas um grande campo. Mata, árvores e silêncio. Durante anos apenas um ou outro pequeno prédio foi construído. Repentinamente, da noite para o dia o lugar mudou.
Muitas pessoas compraram seu apartamente com uma bela vista do Jardim Botânico e quando menos esperavam, esta vista foi interrompida por um novo prédio ao lado.
Não duvido nada se daqui a alguns anos, o próprio pequeno Jardim Botânico acabe se
transformando numa selva de pedras. Alguém quer apostar?

Aqui uma vista do Bairro Jardim Botânico de outro angulo.
Podemos ver bem do que estou falando.
O lugar se expande rapidamente em todas as direções. Em breve a paisagem será bem diferente.
Cada terreno à venda neste lugar, ou dá lugar a outro prédio, ou a um condomínio de sobrados.
Acompanhar este crescimento realmente assusta algumas vezes. De onde vêm todas estas pessoas?

Já está imagem nos mostra um pouco do Tarumã. Bem ao longe.
Em primeiro plano o velho colégio Republica do Uruguai. Os trilhos cortam o lugar, caminho do trem para Paranaguá, Morretes e outras localidades.
Nostalgia, trilhos sempre me trazem lembranças dos meus tempos de menino.
Me equilibrar andando sobre eles, despreocupado, distante no tempo e em outros pensamentos e sonhos.

O velho colégio Maria Aguiar Teixeira onde estudei parte da minha juventude.
Mais lembranças, outros tempos, mais seguros, mais despreocupados.
Sentar nos trilhos e ler um pouco. Deixar a imaginação das páginas dos livros nos transportar como se estivéssemos viajando num trem sobre estes trilhos.
Década de setenta, aqui, pouco mudou, os velhos azulejos ainda são os mesmos, alguns caindo, mas continuam os mesmos.
Lembro professores, amigos, tento lembrar seus nomes, alguns voltam a memória, outros se perderam no tempo.

Mais uma imagem, direção Capão da Imbuia. Também está lentamente mudando, aos poucos os terrenos recebem novas moradias, velhas casas dão lugar a sobrados e outras pequenas construções.
Até quando ficará assim? Ainda parecendo tranquilo e silencioso, não sei responder.
Pudesse o tempo parar...

Um pouco adiante e estamos no Capão da Imbuia, outro bairro da região do Cajurú. Aqui existe um pequeno bosque. Transformado num pequeno museu de história natural.
Lugar silencioso, onde podemos caminhar em meio a pequena mata do lugar sobre uma passarela. Alguns esquilos e preás ainda podem ser vistos no lugar, vivos e saltando entre as árvores. Até quando? Novamente não sei responder.
Algumas espécies raras também podem ser vistas e admiradas no local. Mas infelizmente empalhadas, mantendo apenas um pouco da beleza que um dia possuiam ao voar livres pela mata que nos cerca.

E penso nisso ao entrar na mata sobre a estreita passarela. Hoje está tudo deserto, feriado, as pessoas atualmente preferem outros prazeres, mais terrenos. Natureza? A quem ainda importa?
Talvez para uma meia dúzia de pessoas espalhadas e envelhecendo por esta velha terra.
Caminho escutando os pássaros que ainda cantam no lugar, grilos, e os sons aumentam.
Mais me parecem um grito de alerta entre eles. Um grito que tráz o presságio do que está rapidamente se aproximando.

Talvez saibam, não, tenho certeza que sabem, que em breve talvez possam ainda apenas ser vistos como seus silenciosos amigos empalhados.
Seu canto irá silenciar por completo, a mata deixará de existir e nada mais irá restar do que sonhos e lembranças para alguns.
Será tarde demais, sinto pelas crianças que nunca terão estes sentimentos, sinto por aqueles que não percebem o que está acontecendo.
Talvez, estas pessoas também já tenham sido empalhadas, mas não mais percebem isso.

Sim, constroem e constroem sem saber o que estão destruindo.
Em silêncio faço uma pequena oração.
Peço ao bom Deus que de alguma forma os faça parar.
Ao olhar para estes pequenos seres agora empalhados, uma lágrima me rola pela face.
Disfarço, mas não há ninguém a minha volta.
Posso chorar, e continuo a minha silenciosa oração. Neste silêncio que me cerca, estou certo que o bom Deus há de escutar.
Quem sabe um dia, quando milhares de lágrimas e orações se juntarem, quem sabe o sol irá novamente brilhar.
(Siegmar)

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