''DO NOT ABANDON YOUR BEST FRIEND''

O CÃO É O ÚNICO QUE NÃO SE IMPORTA SE VOCÊ É RICO OU POBRE, BONITO OU FEIO. O CÃO É O ÚNICO QUE REALMENTE SENTE A TUA AUSÊNCIA E SE ALEGRA DE VERDADE COM O TEU RETORNO, PORTANTO, JAMAIS ABANDONE SEU MELHOR AMIGO.



UM RAIO DE LUZ

''UMA ANTIGA LENDA DIZ QUE QUANDO UM SER HUMANO ACOLHE E PROTEGE UM CÃO ATÉ O DIA DE SUA MORTE, UM RAIO DE LUZ, QUE NÃO PODEMOS ENXERGAR DESTE PLANO DA EXISTÊNCIA, ILUMINA O CAMINHO DESTE SER PARA SEMPRE!''





quinta-feira, 10 de novembro de 2011

FERNÃO CAPELO PELICANO

Lembram do meu amigo Fernão Capelo Pelicano?

Prometi que iria contar a todos o que conversamos durante nosso encontro.

Fica aqui registrado o nosso bate papo. Ficara a critério de todos se quiserem ou não acreditar.
Quem quiser pode indicar aos amigos, afinal, nem todos os dias temos uma oportunidade como esta.

Como ja falei, Fernão Capelo Pelicano me aconselhou a não postar nossa conversa, pois alguns poderiam pensar que sou louco,
mas quando lhe falei que converso com cães, gatos e com Deus todos os dias, ele sorriu e entendeu.
Como ele havia lido meus pensamentos de que todos os pássaros deveriam voar livres, lhe perguntei a quanto tempo ele vivia
ali. Ele não entendeu a palavra tempo e me respondeu:

"Nós, as aves e todos os outros animais, chamamos de momento o que vocês chamam de tempo. Não contamos dias, horas e anos.
Contamos as estrelas, os dias de chuva, as gotas de orvalho
e as lágrimas e os sorrisos do nosso criador".

Você não sente falta de voar livre pelo céu, como fazem as aves em liberdade?

"As vezes eu abro as asas, hoje já atrofiadas e imagino estar voando. Imaginar faz parte da vida quando estamos em prisões, jaulas ou viveiros. Imaginar, pode
muitas vezes nos fazer voar de verdade.
Em verdade, todos os homens estão num grande jaula, que eles mesmo construiram ao seu redor, sem perceber, bem devagar, e hoje,
não conseguem mais viver fora desta jaula, não sabem mais o que é voar e nem o que significa liberdade."

Sim você tem razão meu amigo, disse eu, isto é uma grande verdade, e o pior é que este desconhecer do sentido verdadeiro de liberdade,
leva muitos a atos insanos. Você nem imagina o que esta acontecendo fora deste viveiro.

"Não imagino, mas eu sei", me respondeu Fernão Capelo Pelicano.

"Vou te contar uma coisa", disse ele então.
"Tenho guardado em mim a lembrança e o conhecimento de um mundo maravilhoso. Lembranças deixadas e transmitidas de todos os
meus ancestrais. Contavam eles, que viviam num mundo magico, onde fontes de água cristalina brotavam de pedras, formavam rios que corriam e desaguavam suas águas
cristalinas nos mares e oceanos.
Os lagos eram azuis e suas águas fervilhavam de vida de outras espécies. Nos rios a vida tambem era farta e os vastos mares e oceanos transbordavam de seres viventes.
Os bosques, matas e florestas eram incotaveis e em meio a suas árvores, milhares de sons de criaturas se espalhavam e podiam ser ouvidos ate o cume das mais altas montanhas e se
espalhavam pela terra.
Mas repentinamente algo comecou a mudar.
Rios pararam de correr e perderam a sua vida e a sua cor, a brisa começou a trazer odores estranhos e desagradáveis.
Matas e florestas começaram a desaparecer como num passe de mágica.
Lagos secaram. Rios foram barrados , violentados ou transformados em outros mares, afogando árvores e animais.
Estranhas criaturas comecaram a surgir, criaturas que vocês chamam de máquinas. Se espalharam em todas as direções, cavando, destruindo e erguendo torres.
Grandes e estranhas torres, algumas como dragões que soltam fumaças negras dia e noite, fumaças fétidas e venenosas que começaram a se espalhar no ar,
trazendo doenças , adoecendo e matando homens e animais. Uma estranha palavra surgiu, todos falavam em 'progresso', mas não percebiam que estavam destruindo e se destruindo.
E os oceanos? Sim os oceanos! Estes começaram a se tornar negros, encostas inteiras são cobertas frequentemente de uma água negra e pegajosa. Milhares de criaturas e
muitos dos meus irmãos ficavam e ficam presos e morrem entre gritos desesperados.
Em alguns lugares amigos de outras espécies são massacrados, transformando em sangue mares e oceanos.
Sim, sei que isto está acontecendo, mais e mais a cada momento.
Amigos animais são encontrados vagando em meio a cidades, se escondem nos quintais dos homens. Perdidos, desorientados, não sabem mais para onde ir, para onde voltar.
O que antes era sua casa, seu habitat, suas matas e florestas, agora se tornam a cada dia mais em pastos queimados e terra seca sem mais alimentos.
Sim, eu sei de tudo isso e sei que irá piorar e continuar.
Mas sei tambem, que tudo isso irá terminar como na historia do grande escultor e suas estatuas, e isto será a qualquer momento."

Fiquei confuso, mas qual escultor e que estátuas? Que história? Não conheço esta história, disse eu.

"Conhece sim meu amigo, mas talvez lhe tenha sido contada em outras palavras, mas vou lhe contar a minha versão, estou certo que lhe será familiar."

Eis aqui a história que me contou:
"Era uma vez um grande escultor. O maior de todos os tempos, era, é e sempre será o maior de todos os escultores.
Certo dia esculpiu um infinito universo e em meio a este universo, esculpiu uma pequena ilha, a mais bela e perfeita de todas as ilhas.
E quando terminou o seu trabalho, viu que era bom e aprovou, mas ainda algo parecia estar faltando, assim, esculpiu duas estátuas, as mais belas
já esculpidas. E ficaram tao belas e perfeitas, que o escultor lhes deu o sopro da vida.
E se tornaram as preteridas do escultor, sobre todas as suas outras esculturas.
Então o grande escultor lhes deu a bela ilha de presente, para que nela habitassem, a guardassem e preservassem, e chamou as esculturas de seus filhos.
A ilha era encantadora e mágica, milhares de cores, sabores e perfumes, cercados de milhares de outra pequenas esculturas vivas, e a vida parecia florescer em todos os cantos.
Mas com o passar dos momentos, as duas estátuas comecaram a ficar insatisfeitas. Ansiavam por outras cores, outros gostos, perfumes e outras esculturas.
Queriam esculturas diferentes e, ao invéz de as pedirem ao grande escultor, resolveram fazer as
suas próprias esculturas sem nem ao menos o consultar. Se esqueceram dele, se afastaram dele e começaram a desprezar a sua obra.
Como lhes faltava matéria prima para suas esculturas, resolveram usar as ja existentes e as modificar. Destruíram perfumes, sabores e as cores e se tudo isso não bastasse, começaram também a destruír e usar as outras pequenas esculturas vivas.
Esculpiam e esculpiam, sempre querendo mais e mais e que fossem melhor do que as esculturas do grande escultor.
Mas o que esculpiam hoje, na manhã seguinte já não mais lhes servia nem lhes agradava.
E continuaram esculpindo, sem nem mesmo perceber que num determinado momento começaram a despedaçar a si próprio.
O grande escultor apenas observava e a tudo via.
Em certo momento, o próprio grande escultor se materializou e veio habitar entre suas esculturas, ensinou, e lhes mostrou a verdade. Mas poucos acreditaram e
guardaram seus ensinamentos. O mataram da forma mais cruél, mas ele se reergueu e voltou para junto de seu pai, não sem antes os perdoar e prometendo
num momento novamente voltar. Porém, desta vez, quando retornar, irá destruir a sua criação, mas antes irá recolher o que ainda não se contaminou e foi destruído, e os que clamam em silêncio
pela sua intervenção. E estes ele irá levar para uma nova ilha, com um novo céu, uma nova terra e infinitos oceanos".
Assim termina a história de Fernão Capelo Pelicano e me lembrei que realmente conhecia a história, em outras palavras, mas palavra por palavra.
Chegamos ao fim do nosso bate papo. Olhei para Fernão Capelo Pelicano e disse que precisava seguir adiante.
Perguntei se ele ficaria bem e se iriamos nos ver novamente.

"Sim ficarei bem meu amigo, e quando tiver sido completado o ciclo do meu momento, abrirei minhas asas e voarei de verdade de volta para o coração do grande escultor.
E sim, num momento qualquer nos veremos novamente, não apenas você e eu, mas também a todos aqueles a quem você amou e igualmente amavam, conheciam e guardaram as
palavras e a história do grande escultor.
Sim, juntos então ficaremos lado a lado com o nosso único e verdadeiro criador."
(Siegmar e Fernão Capelo Pelicano)

Um comentário:

  1. Siegmar... Um texto magnífico, grande, verdadeiro! Sábias palavras e também tão profundas e doídas... Somos sim, todos nós prisioneiros! Prisioneiros nesse redoma chamado "corpo",que é apenas uma carcaça que abriga nossa alma enquanto caminhamos nesse mundo esculpido pelo Criador e, que infelizmente a cada dia que passa se torna mais e mais poluído: poluído não só pelas máquinas, pelos produtos químicos; mas, principalmente poluído pela insensibilidade, corrupção e desrespeito pela vida contida na flora e fauna, tudo em nome do progresso, do ter, do poder, do egoísmo...
    Não acho louco conversar com um Pelicano ou com outro animal... acho loucura, isso sim, ignorar a triste realidade, tornar-se "cego e indiferente" aos ensinamentos do maior escultor e poeta do Universo: DEUS! E como finaliza Fernão Capelo Pelicano... " Somente os que amam, conhecem e guardam as palavras e a história do grande escultor, é que um dia serão LIVRES e irão ficar lado a lado com seu Criador"... Parabéns pela belíssima postagem! É uma revelação profética que deveria ser colocada num grande Outdoor, publicada não só no seu Blog, mas divulgada para toda humanidade... quem sabe assim aprenderíamos a valorizar mais os nossos momentos, ao invés de nos preocuparmos com o tempo... pois o amanhã só a DEUS pertence! Um forte abraço, meu mano...

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