Chuva
durante dias! Parece interminável. Um frio que penetra até os ossos. E nos faz
tremer nas bases. Quem não conhece isto? Mesmo
assim temos que sair de casa e fazer o que é necessário.
Passando
por um gramado, vimos alguns quero-queros. Será que são deficientes? Pois ,
eis que estão apoiados numa perna só. Não , a outra está aí também, mas eles
são espertos . Apóiam-se numa perna e a outra está encolhidinha debaixo da
plumagem. Pensei na lição para nós: equilíbrio e procura de solução para um problema.
É tão natural e fácil perder o equilíbrio em
situações desagradáveis.
Às vezes uma simples chuva já nos deixa mal-humorados
a agressivos contra aqueles que nos rodeiam. Imaginem cair numa situação de
doença, perda de emprego, inadimplência, por não saber ou não querer admitir limites de nosso
orçamento. Mais ainda quando a pessoa
querida do nosso lado desaparece, seja arrebatada pela morte ou por divórcio.
Admiramos
pessoas que não perdem as estribeiras ou o equilíbrio. Às vezes temos que nos
contentar com “uma perna”só até que a outra se recupere ou os tempos melhorem. Quantas vezes ouvimos a frase: “Ela/ele é
tão desequilibrada/o”. Isto geralmente quer dizer que a pessoa se
deixa abalar e desviar do rumo por
coisas mínimas que para ela parecem máximas. Vivemos num mundo de turbulências e crises , para usar uma palavra muito citada
hoje.
Quem
dá ao pássaro o saber sobre o equilíbrio e soluções em situações difíceis?
Quando
passamos por um aperto, tudo parece escuro, chuvoso, frio. Esquecemos que a chuva pode ser e é uma
bênção. Situações difíceis servem para
mexer na nossa maneira rotineira de ver e aceitar tudo como normal. Elas nos
ensinam outra visão e nossa mente busca e vê que mudanças têm que ser feitas.
É
tão maravilhoso que podemos mudar,
contentar-nos com menos, se for necessário, controlar nosso consumo e nunca esquecer que o sol já brilhou em
nossa vida e brilhará de novo.
Lembro-me
sempre de minha mãe na época do comunismo na Rússia e da guerra. Teve que
aprender a esquecer seu orgulho, vindo de uma família abastada, e enfrentar filas e filas para comprar, p.
ex. um quilo de açúcar na Rússia onde sempre faltava algo essencial, como hoje
na Venezuela.
Equilíbrio e soluções, quem me dera tê-los!
O
quero-quero não esteve sozinho naquele gramado.Pessoas que enfrentam um mesmo
problema, podem animar-se e ajudar-se mutuamente. Solidariedade é que importa, ver as
necessidades especiais do outro e as comuns.
Realmente emocionante o que assistimos diante
de catástrofes da natureza: As pessoas se unem e a alegria
que é proporcionada, volta ao próprio coração. Egoísmo? Acho que não, é solidariedade.
Elfriede Rakko Ehlert, Curitiba
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