Começa então a procura por um culpado.
Deveriam antes, procurar por um inocente.
Diante de uma tragédia destas, a quem culpar?
Quem pode ser culpado no país do "jeitinho" e da impunidade?
Quem pode ser culpado no país da falta de vergonha na cara, no país da corrupção?
Quem pode ser culpado pela burocracia imoral deste país? Ou seria, "burro-cracia"?
Quem pode ser culpado pela indiferença?
Procura-se o culpado que inventou o "jeitinho brasileiro".
Procura-se um inocente!
Procura-se alguém que não aceitou uma "propina" para agilizar ou conceder um alvará em carater de "amizade". Ou permitiu que o local funcionasse sem álvara.
Procura-se alguém que realmente fiscalizou o local em questão e aprovou ou reprovou as condições do local. Deste e de milhares de outros.Procura-se os órgãos responsáveis pelo descaso.
Procura-se alguém que não tenha se vendido em troca de favores e dinheiro.
Procura-se também os seguranças que impediram a saída de alguns destes jovens. Procura-se os donos, que arrecadaram os lucros no decorrer dos tempos e nada fizeram para assegurar e melhorar a segurança.
Procura-se os músicos que acenderam o "pavio", mesmo sabendo dos riscos.
Procura-se o assassino de Isabela e seus amigos, procura-se os indiferentes que arrastarão por anos a justiça, as indenizações e o respeito pelos que ficaram na dor da perda que nada irá substituir.
231 jovens inocentes perderam sua vida, mas os culpados estão vivos e são um número bem maior.
Nenhuma justiça será feita, restará apenas a dor e as lembranças e tudo cairá no esquecimento, até que uma nova tragédia abale o povo adormecido. Apenas os que hoje estão sofrendo jamais esquecerão.
Justiça? Qual justiça? Aquela que julga e condena e depois permite que os criminosos desfrutem em total liberdade pelos seus crimes?
Aquela que mantém seus "habeas corpus" assinados e engavetados, que com sua lentidão, a exemplos passados, fará com que os que sofrem com a perda jamais receberão sequer uma indenização?
Pois assim é a justiça em nosso país maravilha. Onde juízes e advogados, com "belas e hipócritas" palavras de lei, justificarão o que jamais poderá ser justificado.
(Siegmar)
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